quinta-feira, 20 de junho de 2013

Elles ou Mulheres de Fibra

   Bonsoir! A última frase do meu último post vira o título da minha postagem de hoje. Vou explicar melhor: Elles é o nome da exposição que está no CCBB do Rio de Janeiro. Elles em português equivale a "elas". Mulheres de fibra é uma expressão que uma amiga comentava durante um papo esse fim de semana que ficou na cabeça, e tem tudo a ver com o texto de hoje. A exposição é imperdível! Tanto é que foi a segunda vez que fui - na primeira fui no Centre Pompidou, centro cultural de arte contemporânea localizado em Paris, de onde vem a exposição. Por isso o grande número de obras de artistas francesas, mas, pelo menos na daqui, tinha muitas de brasileiras também. Na de lá não lembro da presença ou não de brasileiras. Minha lembrança da exposição original era a "imagem" de abertura, repetida aqui, e alguns vídeos bizarros. Além de um obra que me deu medo, tanto lá quanto aqui.

Exposição original no Centro Pompidou


"Imagem" de entrada da exposição no CCBB.
Entrada da exposição no Pompidou. Reparem que algumas artistas são diferentes. Algumas na verdade são o nome de grandes artistas homens no feminino. E Louise Bourgeois se torna Louis.
   Então, a exposição conta com obras da era moderna e contemporânea feita apenas por artistas do sexo feminino. Com temas variados, vemos esculturas, pinturas, gravuras, fotografias e vídeos variados. Algumas dessas artistas infelizmente viveram à sombra de seus maridos ou obtiveram a fama através do círculo de amizades (ou romance) com um artista, em especial as artistas do surrealismo.

De Valérie Belin, para mim a imagem mais linda da exposição no Rio. Olha que belo rosto, que expressão, que maquiagem. Na imagem pequena não dá para reparar, mas na grande se vê lágrimas em seus olhos.
   Conferi nas fotos que tirei da exposição no Pompidou. Realmente, as obras são diferentes. Acredito que só os vídeos que citei e essa obra sinistra sejam a mesma (e outra que vou mostrar abaixo):

É ou não é sinistra? Me dá medo! De longe dá mais!
   Outra diferença entre as exposições é que em Paris podia ser fotografada, já aqui, não. A imagem bela da moça tirei do folder sobre a exposição, a única que tenho. O resto está na memória, até quando durar. Fiz anotações também, já que não podia fotografar.
   O espaço doméstico e suas mudanças significativas nos anos 60 (sempre eles!) é tratada como uma área à parte. Há uma área (o final) meio pornográfica também, com vídeos e fotos de nudez e slides de fotos até de casais fazendo sexo! Em Paris uma imagem chocante e significativa era a seguinte (que não está aqui):


   A imagem na verdade está girada, não sei porque ao postar ficou assim. Mas, reconhecem? Na descrição me lembro que falava que todo mundo transava, mas ninguém via a cena, ainda mais desse ângulo.
   Outra obra que choca é Bambolê Farpado, vídeo de Sigalit Landan, de 2000. A artista roda um bambolê farpado nua, incansavelmente, enquanto esse a corta.

Bambolê Farpado
   Esse vídeo estava tanto lá quanto aqui. Outra obra que também está presente nas duas exposições é Le Baiser de L´Artiste (o beijo da artista), de 1977, de Orlan. São três peças: um áudio anunciando seu beijo por 5 francos, imagens de uma montagem de seu corpo como uma máquina de moedas e textos com o anúncio. Achei genial. Confiram:

Outra vez a imagem caída! Ninguém merece!
   Entre outras boas obras, como um diário de imagens e textos feitos por uma artista infiltrada como camareira em um hotel, a amostra segue mostrando essas mulheres de fibra, exemplo para todas nós mulheres donas do nosso próprio nariz e que querem ser alguém, sem ter que ser sombra de ninguém.
   Vou procurar por imagens das obras que anotei. E deixo vocês com a indicação de irem conferir, fica até dia 14 de julho. Está tão boa que repeti a dose, e olha que não sou de repetir as coisas, hein! E para fechar, a música do dia vai vir, claro, de outra artistA de fibra, exemplo da independência e da conquista da sexualidade da mulher, ninguém menos do que a já citada outras vezes, Brigitte Bardot. Je Me Donne à qui Me Plaît , música de 1963 com clipe feito para um especial de fim de ano. O título seria algo como "Eu dou para quem me agrada". oO É ou não é uma mulher de fibra?
Baisers de l´écrivaine ;)

2 comentários:

  1. Oi Di!

    Muito bom seus comentários sobre a exposição. Fiquei com mais vontade ainda de ir lá e conferir! Mas não sabia que eram tão fortes as artes! Uma pena, não poder tirar foto! Acho isso uma besteira, arte tem que ser sempre divulgada, e quem não é daqui do Rio? Não tem acesso... =(
    Beijos!
    Parabéns pelo blog!

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    1. É verdade, concordo contigo que tem que ser divulgada, guardada nos nossos arquivos para consultar, ou apreciar mais tarde...tem várias obras bem fortes, mas tem outras mais tranquilas...tem até a indicação da área de nudez, sexo e mutilação, levando direto pro final, para quem não quiser ver essas obras. Eu acho válidas, tem umas muito boas entre elas. Chocantes, mas é para isso que a arte deve servir, né? Não para ficar fazendo vasinho de flores...enfim. Beijos e obrigada!

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