sábado, 15 de junho de 2013

De Bicyclette

   Como um post leva a outro, ontem postei sobre as manifestações do aumento das passagens, hoje posto sobre esse meio de transporte gostosinho, citado também ontem: a bicicleta! Em francês, bicyclette ou, como é mais conhecida, vélo.


   Quem não lembra do dia em que aprendeu a andar de bicicleta? Dos tombos que levava? Eu só tenho boas lembranças de andar de bicicleta - quando morava na França e a usava como meio de transporte; quando aluguei em algumas cidades pela Europa; quando andava ouvindo música, despretensiosamente, cabelos ao vento ; quando brincávamos no play de "trânsito"; quando passeávamos pelo condomínio da casa de praia só de bicicleta, para lá e para cá...
   Pena que no Brasil não temos boas ciclovias. No Rio elas se resumem àquelas ao longo da orla - fora dali tem uma ou outra que roda um quarteirão apenas, com árvores e postes no meio do caminho. Tenho medo de andar nas ruas do Rio, só andava quando saía do estágio em Ipanema e ia até Copacabana pegar o ônibus. Não me adiantava muito, ia mesmo para acompanhar o pessoal do escritório. Até nos denominamos como "escritório verde", já que quase todos os empregados de lá iam embora de bike.
   Para quem tem dúvidas, aí vai mais uns recados sobre os benefícios da magrela (e dos transportes públicos):


   Usei essas imagens no meu trabalho de conclusão da graduação, embora no final a bicicleta tenha ficado em segundo plano.
   Então, no Rio de Janeiro o Itaú lançou uma boa ideia, o Bike Rio. Se paga 10 reais por mês, ou 5 reais por cada vez que for pegá-la e tem 1 hora para passear. Depois dessa primeira hora tem que esperar 15 minutos para pegar uma nova bike. Se passar do tempo, se paga uma multa de 5 reais. Não serve a toda a cidade, assim como o metrô. Se limita à Zona Sul e chega no máximo até a Cinelândia. Sem contar que no verão é difícil encontrar bicicletas disponíveis, já que todo mundo aproveita o tempo bom para dar uma circulada. E tem outro inconveniente: precisa ter um celular com crédito, pois para retirá-la é preciso ligar para eles e dar o número do posto de retirada e o número da bicicleta que vai retirar. Ah, tem também dentro do Parque Madureira, mas lá o sistema é próprio, tem que fazer outro cadastro. Pelo menos é gratuito.
   Em cidades pequenas pelo Brasil afora a vemos como meio de transporte principal, dá até inveja! risos. Pelo mundo, em especial na Europa, elas também são bastante usadas como meio de transporte. Ao contrário daqui, as ciclofaixas são bem-feitas, na maioria das vezes ocupando uma faixa na pista de rolagem, não na calçada como vemos por aqui. Na França, por exemplo, tem que respeitar a sinalização e tudo, senão paga multa. 35 euros por avançar o sinal, por exemplo. O problema é quando chega a primavera, que as pessoas põem seus vélos para circularem e a demanda aumenta. Bom, isso não é nenhum problema, e sim o aumento no número de roubos de bicicletas que ocorre nessa época. A minha foi roubada em frente à minha casa, arrombaram o cadeado e a levaram! Fiquei muito triste! Fizeram o mesmo com a do meu vizinho no ano anterior, na mesma época do ano.
   Fora isso tem os serviços de aluguel de bicicleta. Não sei os valores de cabeça, portanto dêem uma olhada nos sites Le Vélo Star, serviço da magrela em Rennes e Vélib ´ Paris, em Paris. Dá para mudar o idioma de ambos os sites. Falando em França, o primeiro bar em que eu fui em Rennes se chama Le P´tit Vélo, olha que coincidência! Falando em bar, aqui no Rio tem um café simpático chamado La Bicyclette, no Jardim Botânico. É como uma padaria francesa, acho inclusive que o dono é francês.

Lanche da tarde no La Bicyclette

   Ao falar de bicicleta não dá para esquecer a Holanda, não é? Local onde os ciclistas são maioria, super respeitados e as bikes são super estilosas. Em Amsterdam aluguei uma bicicleta numa lojinha ao lado do albergue em que fiquei. Não era caro e ainda dava para fazer um plano para vários dias. Que eu me lembre aluguei por 4 dias. Acho que estendi depois. Ou seja, quase todos os dias que passei lá usei a bike como transporte, dia e noite. Mais barato e bem mais legal! Mas, como saber o caminho? Dava uma olhada no mapa que ganhei antes de sair. Às vezes parava em alguma esquina para conferir onde virar e tal. Fazia caminhos-base e depois era só ir mudando o trajeto, dependendo do meu destino. Só não vale parar no meio da pista para pedir informações ou conferir o mapa, gente! Bom senso e respeito aos colegas ciclistas, aos carros e aos pedestres!

Diferentes tipos de bicicleta em Amsterdam
Estacionamento de bikes em Amsterdam

Bicis gracinhas em Amsterdam
   Dei a louca e peguei o trem até Utrecht com minha bici alugada. É tranquilo pois tem lugar para pendurar a bicicleta no trem. O problema foi ao chegar lá. Dei uma volta e não achei meu destino, então voltei até a estação, estacionei a bike e peguei um táxi. Quando cheguei ao meu destino, já havia fechado! :( Achei que alguém ia comentar algo por estar com a bike alugada no trem, algo do tipo "você não pode ir à outra cidade com essa bicicleta", mas não houve nada. Mas atrasou minha vida ter ido com a bicicleta. Na França, nos trens que citei anteontem, também pode levar bike, mas parece que tem que pagar uma taxa extra.
   Outro lugar em que aluguei bicicleta também foi em Berlim. Fazia parte da nossa programação circular pelos locais mais afastados de Berlim de bicyclette. Foi em uma das minhas viagens de estudos com minha turma da faculdade. Foi divertido, uma galera de bike andando em fila indiana pela cidade, rs. Alugamos numa lojinha no centro da cidade, não era um serviço da cidade, e rolou um abatimento por sermos muitos, mas tinha horário certo para devolver, senão iam cobrar uma taxa.

Nosso grupo de franceses de bicicleta em Berlim
   E já que o assunto é bicicleta, vou me despedindo de vocês com a indicação de um filme sobre a Tour de France, campeonato de corrida de bicicleta que percorre boa parte da França, e que eu quero ver ao vivo algum dia. É um desenho muito fofo sobre três gêmeas ao mesmo tempo que mostra um menino que desde criança treina para esse torneio. Se chama Les Triplettes de Belleville.


   E a música do dia é a música do filme, em que há trechos das triplettes cantando. A música é do ótimo M e se chama (oh) Triplettes de Belleville. Nela há trechos do filme, aproveitem. Bonne journée!

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